A Polícia Civil de Jacarezinho instaurou inquérito para apurar crimes de racismo e ameaça ocorridos no último dia 6 de março, em um hospital da cidade. De acordo com a investigação, um médico proferiu injúrias homofóbicas e ameaças contra outro médico do mesmo estabelecimento de saúde.
Segundo consta nos autos, o incidente ocorreu por volta das 16h, quando a vítima ligou para um setor do hospital para tratar de assuntos profissionais. Neste momento, o médico investigado teria se referido ao colega com termos pejorativos de cunho homofóbico como "viado" e "viadinho", além de outras expressões ofensivas.
Conforme o relato da vítima, o médico posteriormente se dirigiu ao seu local de trabalho, onde novamente proferiu palavras ofensivas relacionadas à sua orientação sexual e fez ameaças na presença de outras pessoas. A situação se agravou quando o investigado foi até o estacionamento e permaneceu próximo ao veículo da vítima, afirmando que iria agredi-lo.
"A homofobia é considerada pelo Supremo Tribunal Federal como uma forma de racismo e tratamos este tipo de caso com o máximo rigor", afirmou o delegado Tristão Antonio Borborema de Carvalho, que determinou a abertura do inquérito. "A medida de distanciamento entre os médicos e a determinação de que trabalhem em turnos diferentes têm por objetivo evitar a prática de eventual crime de dano físico", explicou.
O Ministério Público manifestou-se favorável à aplicação de medidas cautelares, incluindo a proibição de aproximação e de contato com a vítima, além da apreensão de eventual arma de fogo em posse do investigado.
Na manhã desta segunda-feira (17), foi cumprido mandado de busca e apreensão, mas o médico não se encontrava na residência. Embora não tenha sido localizada a arma de fogo, diversas munições foram apreendidas no local.
A Polícia Civil solicita que outras possíveis vítimas ou testemunhas de casos semelhantes entrem em contato pelos telefones 181, 197 ou (43) 3511-0600. A identidade de denunciantes será mantida em sigilo.