A raiva é uma emoção intensa e muitas vezes irracional, capaz de transformar ações cotidianas em decisões impensadas. Quantas vezes, ao se deparar com uma situação frustrante, as pessoas acabam agindo no calor do momento e, só depois, percebem que agiram por impulso? Mas a questão é: o que acontece com o cérebro humano quando está sob efeito dessa emoção, e por que ela leva as pessoas a agir de maneira impulsiva e sem pensar?
“Quando estamos sobrecarregados emocionalmente, nossa respiração tende a ficar superficial e rápida, reduzindo a quantidade de oxigênio que chega ao cérebro. Isso compromete o funcionamento do córtex pré-frontal, a área responsável pelo raciocínio lógico, controle de impulsos e tomada de decisões racionais”, explica a doutora Hellen Martins.
Para entender melhor esta questão, a psicóloga Hellen Martins explica que a raiva é uma emoção intensa, e que tem o poder de alterar o funcionamento do cérebro e do corpo humano. Segundo ela, a raiva e a sobrecarga emocional, vão além de um sentimento comum, podendo causar a falta de oxigênio no cérebro, o que leva as pessoas a agirem de forma impulsiva.
“Quando estamos sobrecarregados emocionalmente, nossa respiração tende a ficar superficial e rápida, reduzindo a quantidade de oxigênio que chega ao cérebro. Isso compromete o funcionamento do córtex pré-frontal, a área responsável pelo raciocínio lógico, controle de impulsos e tomada de decisões racionais”, explica a doutora.
Quando isso acontece, ou seja, com menos oxigênio, o cérebro prioriza respostas automáticas e impulsivas, dificultando o pensamento claro e estratégico, fazendo com que as pessoas, na hora da raiva, seja ela por qualquer circunstância, acaba agindo “sem pensar”, o que pode acabar resultando em tragédias e até mesmo fatalidades em casos mais extremos.
Além disso, conforme explica a doutora Hellen, a raiva ativa o sistema límbico, especialmente a amígdala, que regula emoções fortes.
“Esse estado de alerta reduz ainda mais a atividade do córtex pré-frontal, deixando as emoções dominarem. Nesse cenário, as decisões são tomadas com base no impulso e na necessidade imediata de resposta, em vez de uma análise racional da situação”, afirma a psicóloga.
Contudo, segundo a doutora, para evitar as consequências de decisões precipitadas, tomadas na hora da raiva, é essencial compreender os próprios comportamentos e respostas emocionais do corpo.
Segundo ela, a terapia é uma ferramenta poderosa para evitar este tipo de consequência, pois o processo ajuda a explorar as origens das emoções, identificar os padrões de comportamento e desenvolver estratégias mais saudáveis para enfrentar estes problemas. “Ao buscar o autoconhecimento, é possível aprimorar a regulação emocional e minimizar os impactos da raiva no dia a dia”, afirma a doutora.
Além da terapia, Hellen dá dicas de algumas técnicas que podem ajudar a recuperar o equilíbrio emocional durante situações que podem fazer as pessoas perderem o controle e agir sem pensar. “Técnicas como a respiração profunda e pausas para reflexão são práticas simples, mas eficazes, para recuperar o equilíbrio emocional”, comenta.
Segundo ela, respirar corretamente ajuda a oxigenar o cérebro, diminuindo a ativação do sistema límbico e permitindo que o córtex pré-frontal reassuma o controle, favorecendo decisões mais ponderadas e conscientes.
Contudo, pode-se concluir que a raiva é uma emoção poderosa e, muitas das vezes, difícil de controlar. Portanto, entender como ela afeta o sistema nervoso e o cérebro humano e adotar práticas para lidar melhor com ela, pode evitar muitos arrependimentos e promover uma vida mais equilibrada e saudável.