Na última quinta-feira (04), na Câmara Municipal dos Vereadores de Wenceslau Braz, foi realizada uma Audiência Pública em prol da consolidação dos direitos das pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O principal objetivo desta audiência foi a discussão e fortalecimento das políticas públicas voltadas para as pessoas com TEA, promovendo a inclusão e o bem-estar deste grupo na sociedade, como está previsto na Lei n° 12.764.
Além de ser realizada afim de sensibilizar o pode público e a sociedade local sobre as demandas do autismo, a audiência foi o primeiro passo para dar início aos trabalhos da Associação de Mães de Autistas de Wenceslau Braz (AMA-WB), organização criada para auxiliar e garantir os direitos das pessoas com TEA no município.
Durante a audiência, o poder executivo e legislativo de Wenceslau Braz se comprometeu a dar suporte para as ações da AMA-WB, cedendo um espaço físico para os atendimentos que serão realizados pela associação. Além disso, o poder legislativo do município irá destinar recursos para as ações.
Segundo a psicóloga e idealizadora da AMA-WB, conscientizar a população sobre a demanda de diagnósticos de pessoas com TEA é um passo fundamental para estabelecer projetos e ações para garantir a consolidação dos direitos das pessoas com TEA.
“Sensibilizar a população para as demandas do autismo é o caminho que nós acreditamos que seja o mais efetivo para a inclusão social. As pessoas que não convivem com uma pessoa autista não têm dimensão de todas as necessidades diárias e por isso muitas vezes as pessoas não entendem a necessidade de estabelecer os direitos das pessoas com TEA”, enfatiza Aline Marotto.
“A partir desta conscientização, poderemos começar a trabalhar em conjunto, unindo a família, o poder público e a sociedade com o intuito de construir projetos locais que possam garantir aos autistas o acesso aos seus direitos”, acrescenta a psicóloga.
Durante a sessão, várias mães se dispuseram a dar depoimentos sobre a realidade que vivem com os filhos. Além disso, estas mães falaram sobre a inclusão dos filhos na sociedade, relatando preconceitos, dificuldades em ter acesso aos tratamentos e direitos básicos para estas pessoas.
Ianka Mainardes Couto, é mãe de Lorenzo Couto Massaro, de oito anos de idade. Lorenzo foi diagnosticado com autismo aos seis anos de idade, desde então, Ianka passou por diversos desafios até alcançar um tratamento digno para seu filho.
“Aos seis anos de idade, Lorenzo foi diagnosticado com TEA e TDAH e desde então ele passou por diversos médicos e instituições. Portanto, o município onde eu morava não fornecia os tratamentos necessários para ele, o que me fez procurar em diversos lugares”, contou Ianka ao público presente durante a sessão.
Para ela, a audiência realizada na última quinta-feira, foi importantíssima para o reconhecimento dos desafios enfrentados pelas famílias com TEA, ofertando assim, uma nova possibilidade de melhora na qualidade de vida e inclusão destas pessoas na sociedade.
“A audiência foi essencial para o poder público tomar consciência da questão do autismo pelos olhos de quem o vive, das demandas, dificuldades, dores das famílias atípicas em tentar dar um tratamento digno e no tempo certo aos filhos. Assim, reconhecendo os pontos de dificuldade, o poder público deve buscar soluções para os problemas apresentados durante a audiência, pois se comprometeram a nos ajudar”, enfatiza Ianka.
Contudo, a audiência estabeleceu compromissos de parceria entre o poder público do município e a associação para que os trabalhos em prol deste grupo de pessoas, garantindo assim os direitos das mesmas na sociedade.