Viver uma nova cultura e visitar outros países é o sonho de muitos jovens brasileiros. No Paraná, isso tem se tornado realidade graças ao programa de intercâmbio do governo do Estado “Ganhando o Mundo”, que proporciona a estudantes da Rede Estadual de Ensino a oportunidade de passar seis meses em outro país. A Folha conversou com Larissa de Fátima Kochinski Carvalho, estudante de Wenceslau Braz, que está realizando o intercâmbio na Austrália.
Larissa tem 16 anos e é uma estudante dedicada, não sendo atoa que conquistou as melhores notas entre os alunos do Núcleo Regional de Educação de Wenceslau Braz que foram selecionados para participar do Ganhando o Mundo 2024, edição que levou mil estudantes da Rede Estadual de Ensino para realizar intercâmbio em outros países.
A jovem brazense embarcou para Tasmânia no dia primeiro de fevereiro deste ano e está hospedada na chamada “Homestay” situada na cidade de Launceston. Ela contou a reportagem da Folha como tem sido sua rotina nestes primeiros dias. “Minha rotina começa as 07h00 me arrumando e pegando o ônibus para ir à escola onde fico até as 15h30. Depois disso volto para casa, as vezes saio com os colegas intercâmbistas da Itália e Argentina que são duas pessoas bem legais. As 20h00 nos preparamos para jantar e aproveitamos para conversar e trocar experiências sobre nossa cultura”, contou.
Falando em escola, Larissa conta que a rotina escolar tem sido completamente da vivenciada em sua escola Dr. Sebastião Paraná, em Wenceslau Braz. “É algo completamente diferente. Aqui nós temos seis matérias, sendo que três são obrigatórias por sermos intercambistas. Aí podemos escolher mais duas e um horário fica vago para que possamos ter um tempo livre entre as aulas. Cada aula tem duração de uma hora e meia e tudo envolve mais a prática do que a teoria. São menos matérias para estudar e mais tempo de aula, isso é ótimo para o nosso aprendizado. Nós também realizamos muitos passeios com a escola para conhecer mais sobre a geografia do lugar, a fauna e flora entre outras informações. Recentemente realizamos um passeio a praia para conhecer animais nativos. Também estou fazendo o curso de artes e culinária. Também praticamos muitos jogos e esportes. Os professores também tem horários especialmente destinados a atender os alunos onde podemos falar tudo sobre o que estamos vivendo na escola, é sensacional”, comentou a estudante.
A intercambista também falou sobre as coisas que mais tem chamado a atenção e destaca que as belezas naturais têm encantado seus olhos. “Tudo chama a atenção, pois é simplesmente lindo esse lugar. A coloração das folhas também é algo curioso, pois não são tão verdes como no Brasil e tem um tom mais apagado. Já visitei dois parques e as Cataratas Gorge, um lugar que tem uma beleza que é até difícil de descrever. As construções e arquitetura da cidade são de construções antigas, um cenário lindo. Outra coisa que com toda certeza é bem diferente do Brasil é a alimentação. Aqui eles dão muita importância para o jantar como refeição mais importante, já o almoço é mais simples. Tem vários pratos que são muito bons, mas ainda assim dá saudade da comida do Brasil”, explicou.
Como nem tudo são flores, Larissa também comentou sobre o que tem achado mais difícil nestes primeiros dias de adaptação. “Uma das coisas que leva um tempo para se adaptar é o fuso horário, pois são 14 horas de diferença do Brasil. O idioma foi um pouco difícil nos primeiros dias, pois não estamos acostumados a ouvir e falar apenas em inglês, mas com o passar do tempo vai ficando mais fácil. Outra coisa que foi uma novidade para se adaptar é que aqui eles amam pimenta e colocam em tudo. Também quase não comem arroz e as poucas vezes que comi é sem gosto e diferente do que estamos acostumados”, pontuou.
Larissa segue vivendo sua experiência até o dia 06 de julho, data em que está marcado o retorno dos estudantes intercambistas para o Brasil.
O Ganhando o Mundo é um programa de intercâmbio criado pelo Governo do Estado do Paraná e oferecido para estudantes, professores e pedagogos da rede pública estadual de ensino. O objetivo é propiciar formação acadêmica em instituições estrangeiras, além de experiências culturais e pedagógicas que possam ser compartilhadas, posteriormente, nos colégios estaduais do Paraná.