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Paraná enfrenta 83 horas seguidas de frio intenso e revive cenário semelhante ao inverno histórico de 2013

Estado registra uma das semanas mais geladas da década, com temperaturas persistentemente abaixo de 10 °C; previsão aponta alívio gradual nos próximos dias, mas alerta para novas ondas de frio

Por: Da Redação Fonte: DA REDAÇÃO
05/07/2025 às 14h15 Atualizada em 05/07/2025 às 14h22
Paraná enfrenta 83 horas seguidas de frio intenso e revive cenário semelhante ao inverno histórico de 2013
Foto Ana Tigrinho - AEN

DA REDAÇÃO - FOLHA EXTRA

CURITIBA - O Paraná viveu nos últimos dias uma das ondas de frio mais intensas da última década. Foram 83 horas consecutivas com temperaturas abaixo de 10 graus Celsius, uma condição climática que remete ao rigor do inverno de 2013 — ano em que o estado registrou o recorde histórico de 93 horas seguidas sob esse mesmo patamar. A capital Curitiba foi o epicentro do frio prolongado, mas diversas regiões do estado, como os Campos Gerais, o Sudoeste e o Centro-Sul, também enfrentaram dias gelados, com vento cortante, céu encoberto e sensação térmica ainda mais baixa.

O fenômeno teve início na noite de domingo (29) e só foi encerrado por volta das 9h da manhã desta sexta-feira (4), quando os termômetros na capital finalmente ultrapassaram a barreira dos 10 °C, marcando 11,4 °C. Durante esse período, as mínimas em Curitiba oscilaram entre 5,5 °C e 9,6 °C, e as máximas mal passaram dos 10 °C. Na quarta-feira (2), por exemplo, a temperatura máxima foi de apenas 6,9 °C, uma das menores já registradas em anos recentes.

Embora intenso, o frio deste ano ainda não superou o inverno de 2013, quando Curitiba e outras regiões do Paraná chegaram a registrar temperaturas negativas, geadas severas e até episódios de neve e chuva congelada, fenômenos raros no estado. Naquele ano, o frio extremo durou mais tempo e teve impacto ainda mais abrangente, especialmente nos setores agrícola e de infraestrutura.

Além dos transtornos no cotidiano, o frio prolongado elevou os alertas na área da saúde. De acordo com especialistas, as baixas temperaturas favorecem o aumento de doenças respiratórias, como gripes, resfriados, crises asmáticas e bronquites. O ar seco e a mudança brusca de temperatura afetam especialmente crianças, idosos e pessoas com comorbidades. Em resposta, municípios paranaenses reforçaram ações de acolhimento a pessoas em situação de rua, ampliando vagas em abrigos emergenciais, distribuindo cobertores e oferecendo refeições quentes.

A economia também sentiu os reflexos do frio intenso. Houve aumento na procura por roupas de inverno, aquecedores, cobertores e bebidas quentes. O setor de transporte público operou com passageiros mais agasalhados e com janelas fechadas, enquanto escolas relataram maior número de faltas de alunos devido ao clima. Na agricultura, produtores rurais, principalmente no Sudoeste e em áreas de maior altitude, enfrentaram o risco de geadas que afetam hortaliças, pastagens e culturas como o milho e o trigo.

Para os próximos dias, a previsão do Simepar indica uma gradual elevação das temperaturas em grande parte do estado, trazendo alívio após a sequência gelada. Em Curitiba, por exemplo, os termômetros devem marcar mínimas entre 4 °C e 9 °C e máximas que podem chegar aos 20 °C até o final da próxima semana. Sábado (6) e domingo (7) ainda serão frios nas primeiras horas da manhã, mas o sol deve aparecer com mais frequência, elevando as temperaturas no período da tarde.

Apesar da melhora, o Simepar alerta que novos episódios de frio não estão descartados, já que julho costuma ser o mês mais rigoroso do inverno paranaense. Regiões mais altas, como os Campos Gerais e o Sul do estado, ainda têm risco de geadas pontuais, especialmente em madrugadas com céu limpo.

O episódio reforça o quão vulnerável o Paraná ainda é diante de ondas de frio prolongadas. Mesmo cidades acostumadas com baixas temperaturas, como Curitiba, sentiram de forma intensa os efeitos de mais de três dias sem que os termômetros passassem dos 10 °C. Com o inverno apenas começando, o cenário exige atenção redobrada, especialmente para os grupos mais sensíveis e os setores que dependem diretamente da estabilidade climática.

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