As mudanças climáticas intensificarão desafios no saneamento básico no Brasil até 2050. É o que aponta um estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a Way Carbon, que descreve os próximos 25 anos no Brasil.
Fenômenos como tempestades, secas e ondas de calor terão impactos severos sobre o abastecimento de água e tratamento de esgoto. Devem afetar principalmente populações vulneráveis em áreas urbanas periféricas e rurais.
O estudo analisa três riscos climáticos: tempestades, ondas de calor e secas. Cada um deles traz implicações específicas:
Segundo o estudo, em até 25 anos o Brasil enfrentará aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.
No Sul, a probabilidade de tempestades intensas é maior, enquanto o Nordeste verá agravamento das secas. No Norte, a alta evapotranspiração, impulsionada pelas ondas de calor, deve elevar a demanda por água em um cenário já crítico.
Além disso, sistemas de saneamento básico em regiões com menor quantidade de Estações de Tratamento de Água (ETAs) ou Esgoto (ETEs) estarão sobrecarregados. No caso das tempestades, os estados do Sul e Sudeste, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, destacam-se pelos riscos elevados de interrupção no abastecimento devido à sobrecarga nos sistemas.
A vulnerabilidade de cada região varia conforme a densidade populacional e a capacidade das infraestruturas locais. Municípios com baixa cobertura de coleta de esgoto e escassez de ETAs ou ETEs são mais suscetíveis a impactos severos
A precariedade das redes urbanas aumenta a exposição a falhas nos sistemas durante eventos climáticos extremos.
O estudo ressalta a urgência de ações de adaptação climática. Medidas recomendadas incluem a modernização das infraestruturas, a diversificação de fontes de água, o investimento em tecnologias de reuso e a implementação de políticas de gestão sustentável dos recursos hídricos. A combinação dessas estratégias pode mitigar os riscos climáticos e garantir a segurança hídrica da população.
A pesquisa evidencia que, sem intervenção adequada, a desigualdade no acesso ao saneamento básico tende a se agravar, tornando imprescindível a cooperação entre poder público, empresas e sociedade.