Será? Será que as autoridades e lideranças de uma região que luta para se consolidar como pólo turístico permitirão a destruição do Salto Cavalcanti – justamente o maior ponto turístico do Norte Pioneiro?
Claro que não é sensacionalismo, nem tentativa de vender jornal à custa alheia, a questão é outra. O ponto é que se tudo o que o engenheiro agrônomo e biólogo Laércio Ribeiro Renó está alertando vier a acontecer, o Norte Pioneiro irá chorar por décadas o fim melancólico de uma de suas grandes – senão a maior – atração turística.
Se o rio das Cinzas perder a vazão naquele ponto, e sobrar apenas o paredão de pedras, qual vantagem ecológica e turística haverá nisto? Nenhuma, e isso é fato. O local seria tão atraente quanto um zoológico sem animais.
Mais um ponto levantado pelo agrônomo e biólogo: qual é mesmo a necessidade da região em ter uma usina hidrelétrica de pequeno porte? Lembrando que o Paraná tem energia elétrica de sobra, inclusive para vender para outros estados.
Entretanto é preciso ressaltar que a empresa responsável pelo projeto afirma que a coisa não é bem assim, e que a cachoeira permaneceria intacta. Em quem acreditar agora?
+Futuro do Salto Cavalcanti volta a ser discutido em Tomazina
Quando consultado no ano passado, o prefeito de Tomazina, Guilherme Cury Saliba Costa, se mostrou favorável ao projeto, afirmando que a construção de uma hidrelétrica traria grandes benefícios para o município (outra questão também rechaçada por Renó).
Agora, das duas uma: ou de fato o projeto não interferirá no Salto Cavalcanti ou o prefeito não tem conhecimento do que de realmente irá acontecer, já que Guilherme é um dos maiores defensores e lutadores pela consolidação da região como pólo turístico. Assim, se justamente em sua gestão como prefeito ele não só permitir como incentivar algo que poderia “matar” o Salto Cavalcanti, ele estaria se contradizendo de forma até vexatória.
Agora é esperar para ver, e torcer para que IAP, prefeitura de Tomazina e governo do Paraná prezem pela manutenção do tão querido Salto Cavalcanti, que verdade seja dita, está abandonado há um bom tempo e vê um potencial turístico incrível indo rio a baixo – potencial este que pode ser tragado definitivamente pelas turbinas de uma usina.
Como a região pode crescer, turisticamente falando, trocando uma queda d’água espetacular, como é o Salto Cavalcanti, por um lago artificial com meia dúzia de benfeitorias também encontradas em outros parques ambientais?
Estaria sendo trocado algo único e com a identidade da região, esculpido pela natureza, por coisas que o homem pode construir em qualquer lugar. Não, cimento e a engenharia do homem não são capazes de superar as belezas construídas pela natureza.
Agora é esperar para ver, e torcer para que IAP, prefeitura de Tomazina e governo do Paraná prezem pela manutenção do tão querido Salto Cavalcanti, que verdade seja dita, está abandonado há um bom tempo e vê um potencial turístico incrível indo rio a baixo – potencial este que pode ser tragado definitivamente pelas turbinas de uma usina.
Que a sociedade se mobilize, investigue, se intere daquilo que é um patrimônio regional ímpar, e que não pode ser destruído em benefício de algo que dará lucro apenas a este ou aquele, onerando o meio ambiente e o turismo de todo o Norte Pioneiro.
Que este projeto seja debatido em outras audiências públicas, com maior participação popular, que seja amplamente divulgado e que tenha todas as dúvidas sanadas, para que não haja margem para desconfiança da idoneidade do projeto e/ou do seu impacto ambiental.
O Norte Pioneiro quer saber: perderemos o Norte Pioneiro? Hoje esta dúvida está no ar, a esperança é de que nas próximas semanas ela esteja sanada.