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Será que o Norte Pioneiro vai perder o Salto Cavalcanti?

Será que o Norte Pioneiro vai perder o Salto Cavalcanti?

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08/08/2014 às 09h42 Atualizada em 08/08/2014 às 12h42

[caption id="attachment_2566" align="alignleft" width="600"]norte-pioneiro-OAB-pode-intervir-em-projeto-de-hidrelétrica-no-rio-das-Cinzas Ministério Público de Tomazina também acompanha o caso; segundo ambientalistas, construção de hidrelétrica naquele ponto do rio pode acabar com a vazão de água do Salto Cavalcanti, praticamente “destruindo” assim um dos maiores pontos turísticos do Norte Pioneiro[/caption]

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Será? Será que as autoridades e lideranças de uma região que luta para se consolidar como pólo turístico permitirão a destruição do Salto Cavalcanti – justamente o maior ponto turístico do Norte Pioneiro?

Claro que não é sensacionalismo, nem tentativa de vender jornal à custa alheia, a questão é outra. O ponto é que se tudo o que o engenheiro agrônomo e biólogo Laércio Ribeiro Renó está alertando vier a acontecer, o Norte Pioneiro irá chorar por décadas o fim melancólico de uma de suas grandes – senão a maior – atração turística.

Se o rio das Cinzas perder a vazão naquele ponto, e sobrar apenas o paredão de pedras, qual vantagem ecológica e turística haverá nisto? Nenhuma, e isso é fato. O local seria tão atraente quanto um zoológico sem animais.

Mais um ponto levantado pelo agrônomo e biólogo: qual é mesmo a necessidade da região em ter uma usina hidrelétrica de pequeno porte? Lembrando que o Paraná tem energia elétrica de sobra, inclusive para vender para outros estados.

Entretanto é preciso ressaltar que a empresa responsável pelo projeto afirma que a coisa não é bem assim, e que a cachoeira permaneceria intacta. Em quem acreditar agora?

+Futuro do Salto Cavalcanti volta a ser discutido em Tomazina

Quando consultado no ano passado, o prefeito de Tomazina, Guilherme Cury Saliba Costa, se mostrou favorável ao projeto, afirmando que a construção de uma hidrelétrica traria grandes benefícios para o município (outra questão também rechaçada por Renó).

Agora, das duas uma: ou de fato o projeto não interferirá no Salto Cavalcanti ou o prefeito não tem conhecimento do que de realmente irá acontecer, já que Guilherme é um dos maiores defensores e lutadores pela consolidação da região como pólo turístico. Assim, se justamente em sua gestão como prefeito ele não só permitir como incentivar algo que poderia “matar” o Salto Cavalcanti, ele estaria se contradizendo de forma até vexatória.

Agora é esperar para ver, e torcer para que IAP, prefeitura de Tomazina e governo do Paraná prezem pela manutenção do tão querido Salto Cavalcanti, que verdade seja dita, está abandonado há um bom tempo e vê um potencial turístico incrível indo rio a baixo – potencial este que pode ser tragado definitivamente pelas turbinas de uma usina.

Como a região pode crescer, turisticamente falando, trocando uma queda d’água espetacular, como é o Salto Cavalcanti, por um lago artificial com meia dúzia de benfeitorias também encontradas em outros parques ambientais?

Estaria sendo trocado algo único e com a identidade da região, esculpido pela natureza, por coisas que o homem pode construir em qualquer lugar. Não, cimento e a engenharia do homem não são capazes de superar as belezas construídas pela natureza.

Agora é esperar para ver, e torcer para que IAP, prefeitura de Tomazina e governo do Paraná prezem pela manutenção do tão querido Salto Cavalcanti, que verdade seja dita, está abandonado há um bom tempo e vê um potencial turístico incrível indo rio a baixo – potencial este que pode ser tragado definitivamente pelas turbinas de uma usina.

Que a sociedade se mobilize, investigue, se intere daquilo que é um patrimônio regional ímpar, e que não pode ser destruído em benefício de algo que dará lucro apenas a este ou aquele, onerando o meio ambiente e o turismo de todo o Norte Pioneiro.

Que este projeto seja debatido em outras audiências públicas, com maior participação popular, que seja amplamente divulgado e que tenha todas as dúvidas sanadas, para que não haja margem para desconfiança da idoneidade do projeto e/ou do seu impacto ambiental.

O Norte Pioneiro quer saber: perderemos o Norte Pioneiro? Hoje esta dúvida está no ar, a esperança é de que nas próximas semanas ela esteja sanada.

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