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Alexa, iniciar

Inteligência Artificial pode facilitar as funções do dia a dia, mas as mudanças e riscos também têm sido estudadas

Por: DAVI MARTINS Fonte: NICOLE CHIARADIA
24/01/2025 às 17h41
Alexa, iniciar
Foto: Ilustrativa - Reprodução/Internet

A imprensa francesa noticiou nesta semana o caso de uma francesa que perdeu 830 mil euros, cerca de R$ 5,1 milhões, em um golpe que parece, no mínimo, cena de novela. A mulher, identificada como Anne, acreditou estar em um relacionamento estável com o ator norte-americano Brad Pitt por um ano e meio. Para enganar a vítima, os golpistas utilizavam imagens geradas por Inteligência Artificial (IA), como selfies e fotos do cotidiano do ator. Para transferir a quantia, Anne acreditou que o ator de 61 anos precisava de dinheiro para pagar um tratamento renal, pois suas contas bancárias teriam sido congeladas devido ao divórcio com Angelina Jolie.

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Apesar do cenário holiudiano - e de um item pontual que é a geração artificial de imagens - o caso nos faz refletir sobre esse recurso tecnológico que chegou para romper barreiras. Quem nunca se divertiu dando ordens à Alexa, e viu o quanto a tecnologia pode facilitar funções básicas de seu dia-a-dia. A Inteligência Artificial é um exemplo de tecnologia disruptiva, inovações que criam novas possibilidades de operar, pensar ou agir. As tecnologias disruptivas da história incluem o automóvel e a televisão, que revolucionaram o deslocamento e o acesso a informações e entretenimento.

As mudanças, riscos e benefícios que podem surgir com a IA já têm sido estudadas por cientistas de todo o mundo. A Academia Brasileira de Ciências (ABC) elaborou um relatório citando os principais pontos em que a nova tecnologia para agregar ou interferir negativamente na vida da sociedade. Entre as aplicabilidades benéficas, na área da saúde por exemplo, a IA pode ajudar no diagnóstico e identificação de doenças, assim como na personalização de tratamentos e no uso de robôs em procedimentos médicos; na educação, existe a possibilidade de criação de novos materiais e recursos que despertem a criatividade e curiosidade dos alunos, com mais riquezas de conteúdo, usando as estratégias para prevenir inclusive o abandono escolar. Esses são só algumas das possibilidades. Temos ainda a agricultura, que já utiliza drones inteligentes para o monitoramento de lavouras; na prevenção de mudanças climáticas; na comunicação, no atendimento ao público; no gerenciamento administrativo, e por aí vai. O céu talvez não seja o limite.

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Como dizia o Tio Ben, dos quadrinhos do Homem Aranha, com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. A Inteligência Artificial pode proporcionar impactos e desafios ao nosso cotidiano. Um estudante de Michigan (EUA) recebeu uma resposta ameaçadora do Gemini do Google durante um pedido de ajuda para um projeto universitário. O chatbot respondeu chamando-o de 'fardo para a sociedade'. Se você já assistiu ‘Eu, Robô’, com Will Smith, sabe do temor que estamos falando. Uma tecnologia que coleta tantos dados pessoais, pode se tornar um risco à privacidade e segurança se não forem desenvolvidos rígidos protocolos e práticas de controle ético-legal dos sistemas de IA. Outro risco é o aumento da desigualdade de renda e oportunidades reduzidas de mobilidade social. A automação impulsionada pela IA tende a afetar os trabalhadores menos qualificados, que podem perder seus empregos.

Entre avanços e temores, a Inteligência Artificial precisa somar e não substituir a capacidade humana. Ela veio para ficar, mas priorize o trabalho humano, o relacionamento interpessoal, valorize momentos off-line, e faça sua lista de compras no papel. Mas sempre que precisar pode chamar: Alexa!

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