A esperança de negociar dívidas com bancos, pendências com financiamento de imóveis, e colocar em dia as contas de água e luz, iniciando o ano de 2025 com a vida financeira organizada, motivou cidadãos de vários municípios a participar de um mutirão que aconteceu nesta quarta-feira (27), na Assembleia Legislativa do Paraná. Na ação, promovida pela Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) e instituições parceiras, foram realizados 158 atendimentos – totalmente gratuitos, sendo que as principais demandas envolveram renegociações de dívidas e cobranças indevidas.
“Agora vou conseguir pagar”, disse a zeladora Maria Aparecida da Silva – a Cida, com uma expressão de alívio no rosto. Ela mora em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e veio até a Assembleia, estimulada pelos conselhos de uma tia. Cida está preocupada porque nos últimos anos contraiu dívidas com bancos, com a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Desempregada e com problemas de saúde, teve que adiar os pagamentos e não sabia mais o que fazer. “Maravilhoso o atendimento”, afirmou, ao se referir ao acordo fechado com a Sanepar. As demais propostas de renegociação, ela decidiu analisar com calma porque não estavam dentro do seu orçamento, apertado pela situação que vive hoje.
Já a aposentada Lúcia Goch, 78 anos, moradora de Curitiba, procurou auxilio para resolver uma difícil e confusa situação que enfrenta há alguns anos com a aposentadoria, que recebe do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Todo mês acontece um desconto de R$ 600,00”, contou, demonstrando grande indignação, tristeza e preocupação. O valor, de acordo com o INSS, corresponde a empréstimos feitos em dois bancos, que ela nem sabe explicar: “Estou pagando, mas não sei o que é”. Lúcia, que faz aniversário nos próximos dias, saiu com as esperanças renovadas, torcendo para uma solução rápida, depois de elogiar a recepção, os esclarecimentos recebidos e o excelente atendimento.
“Quero negociar”, garantiu o autônomo Arnaldo Queiroz da Silva, que reside na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Ele procurou o mutirão acompanhado pela esposa porque está sendo cobrado judicialmente por uma dívida que fez em 2016. Na ocasião, adquiriu produtos em uma loja de material de construção, quando ainda vivia no interior do estado: “Porém, perdi minha renda, a dívida foi aumentando e não consegui mais pagar o valor cobrado, que vem sendo atualizado. O advogado da empresa nem dá resposta”. “Mesmo assim, tenho esperanças de resolver”, acrescentou, sem esconder estar assustado com o valor da dívida, superior a R$ 100 mil. “Não tenho como pagar um advogado. Preciso de ajuda”, complementou.