A Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec cumpriram uma importante etapa do Programa de Extensão para a Sustentabilidade Territorial nesta segunda-feira (18), com a entrega de 560 computadores para os projetos selecionados. A iniciativa contempla 16 universidades que irão receber um total de R$ 25,3 milhões ao longo dos próximos 20 meses, contribuindo com o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação de 60 municípios no Paraná e no Mato Grosso do Sul.
Ao todo, foram selecionados 208 projetos de 965 bolsistas (professores e alunos). Cada projeto receberá, em média, R$ 83 mil. O objetivo é construir uma rede de ações de extensão universitária contemplando os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os 560 notebooks entregues durante a cerimônia, realizada no Hotel Recanto, em Foz do Iguaçu, irão auxiliar na execução dos projetos. O evento contou, ainda, com uma palestra do climatologista Carlos Nobre sobre a “Emergência Climática e os desafios para a humanidade”, em que abordou alguns dos principais dados que apontam como a ação humana tem alterado o clima do planeta e colocado em risco sua própria sobrevivência.
O diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, destacou que as ações do programa de extensão vão impactar diretamente áreas como educação ambiental; gestão de bacias hidrográficas; agricultura familiar e agroecologia; energias renováveis; plantas medicinais; psicultura; gestão de resíduos; comunidades indígenas e quilombolas; entre outras.
“O alcance desse projeto é imensurável. São quase mil bolsistas contemplados, cujos trabalhos vão reverberar em outras pesquisas e contribuir para diversos campos da ciência”, afirmou Carboni. “O conhecimento científico e a crença na ciência são ainda mais fundamentais diante dos desafios que enfrentamos no planeta”.
O reitor da Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), Alexandre Weber, que falou em nome das universidades estaduais, agradeceu o apoio da Itaipu e enalteceu o papel das instituições de ensino superior na transformação das pessoas e, por consequência, das comunidades e dos territórios em que atuam.
De maneira geral, esse foi o tom das falas das demais autoridades, como o reitor da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), Everton Ricardi Lozano da Silva, que falou em nome das instituições de ensino superior (IES) federais; do reitor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Jones Dari Goettert, que falou em nome das IES do Mato Grosso do Sul; da diretora Administrativo-Financeira do Itaipu Parquetec, Clerione Herther; e do superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Wilson Zonin.
“Um dos principais resultados do programa é a formação de uma rede de bolsistas que vai atuar com responsabilidade social e ambiental em um amplo território, contribuindo assim com a missão da Itaipu”, afirmou Zonin.
Além das já citadas, as instituições de ensino superior presentes foram: Universidade Estadual de Londrina (UEL); Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); Universidade Estadual do Paraná (Unespar); Universidade Estadual de Maringá (UEM); Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro); Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp); Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila); Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (Uems); Instituto Federal do Paraná (IFPR); Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS); e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul (IFMS).
O evento encerrou com a palestra do climatologista Carlos Nobre, um dos mais renomados cientistas brasileiros. Ele apresentou uma série de dados que mostram como a temperatura global tem quebrado recordes sucessivos e, com isso, a intensidade e a frequência de tempestades, secas, ondas de calor, furacões e outros fenômenos climáticos têm aumentado, com impactos na saúde humana, na produção de alimentos, na infraestrutura das cidades, entre outras consequências.
Ele também alertou para os “tipping points” (pontos de não retorno) do planeta, tais como alterações em correntes marinhas, a perda do gelo ártico no verão e a morte de corais. “É urgente a necessidade de adaptação, principalmente nas cidades, e também a proteção de ecossistemas que são vitais para a regulação do clima, como a Amazônia”, defendeu.