A crise no preço dos combustíveis segue assolando os consumidores brasileiros e sendo uma dor de cabeça para o governo federal. Exemplo disso tem sido os alertas feitos pela Petrobrás ao Poder Executivo sobre a necessidade de novos reajustes sob a chance de faltar diesel caso os preços não sejam elevados.
Mesmo após um reajuste recente de quase 9% no preço do diesel, a Petrobras vem alertando o governo federal que o combustível pode faltar caso o preço não seja reajustado. A situação não é um caso novo, visto que executivos da empresa vem tocando no assunto desde que o presidente Jair Bolsonaro passou a realizar mudanças no comando da companhia desde janeiro deste ano.
Segundo a Petrobrás, os reajustes são necessários para acompanhar o preço do mercado internacional e para garantir que os importadores sigam promovendo a oferta do produto no mercado nacional. Por outro lado, o último reajuste incomodou o presidente que acabou demitindo o então ministro de Minas e Energia e também o então presidente da petroleira.
No Brasil, aproximadamente 1/3 do diesel consumido vem de fora visto que as refinarias que o país tem hoje não tem capacidade de refinar uma quantia suficiente para atender a demanda do mercado nacional. Com isso, há a necessidade de compor esse montante com produtos importados e, assim, se o preço do petróleo sobe no mercado nacional, o diesel sobe nas bombas dos postos brasileiros.
Uma das alternativas para manter o abastecimento e segurar os preços para o consumidor seria a petroleira comprar o diesel no preço de mercado e revende-lo mais barato, porém, conforme as regras da companhia essa conta ficaria para o governo federal e não para Petrobras. A solução para o governo seria promover mudanças no estatuto, o que não é visto com bons olhos internamente. Caso estas regras não sejam mudadas, a empresa segue reforçando que terá de realizar novos reajustes conforme os preços praticados no mercado internacional.
Em um ano eleitoral, os problemas da União vão além dos impactos no bolso do consumidor, visto que, conforme o estatuto da petroleira, em caso de prejuízos o governo federal também fica responsável por arcar com possíveis ações na Justiça de ressarcimento aos acionistas, visto que a companhia tem ações negociadas na bolsa de valores de Nova York.
Sensação
Vento
Umidade