A união sempre fez a força, e sempre vai fazer. O clichê é tão válido e útil que sequer é considerado um clichê – algo geralmente que dá sentido bem pejorativo às frases feitas.
Divagações gramaticais à parte, o fato é que as prefeituras do Norte Pioneiro têm um desafio dos maiores pela frente: se adequar à nova legislação ambiental e acabar com os lixões. O prazo aliás, já terminou, mas as adequações ainda não estão em todos os municípios, e parecem estar até longe disso.
Essa situação reflete dois cenários distintos, mas que caminharam juntos para chegarem até aqui, que são o histórico descaso ambiental de muitas administrações públicas e o orçamento enxutíssimo das prefeituras da região. Aí juntou a fome com a vontade de comer.
Historicamente as prefeituras pouco se importaram com questões ambientais (e isso não se aplicas apenas as atuais gestões, pelo contrário, pode-se dizer que até melhoraram recentemente) e deram início a uma bola de neve que vai acertar em cheio os atuais prefeitos, já que serão eles os penalizados caso suas cidades não se adéqüem – inclusive com multas consideráveis aplicadas nos CPFs dos prefeitos em caso de descumprimento.
Vale até a piadinha: quem não sumir com os urubus vai pagar o pato. Ganha piada, mas o assunto é sério. E grave. Quanto do meio ambiente da região, do Paraná e do Brasil já não foi degradado por falta de políticas ambientais (aplicadas e levadas a sério)?
Agora, não se pode ignorar o simples fato das prefeituras muitas vezes não terem recursos suficientes para tratar o lixo da forma correta. Deve-se lembrar que o tratamento a resíduos sólidos é extremamente caro. Aliás, tudo que envolve meio ambiente é caro, e precisa de profissionais qualificados para lidar (e não aquele velho cabo eleitoral que “sobrou” na gestão e foi encaixado no departamento de Meio Ambiente).
E com quedas e cortes constantes no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) já fica difícil fazer o simples, quanto mais ter inovações que gerem grandes déficits aos cofres públicos – claro que se demitissem funcionários como o citado no parágrafo acima já ajudaria muito.
Desta forma, com raras exceções, a melhor saída para esta questão é a formação de consórcios intermunicipais, como já acontece em alguns municípios aqui no Norte Pioneiro. E vale dizer que consórcios geralmente são uma ótima opção para sanar questões onde um município isolado não consegue.
Portanto, que temas de difícil solução sejam sempre o alvo para a busca de soluções regionais, e não apenas municipais. E a questão da destinação do lixo, especificamente, merece soluções regionais e interligadas, eficientes (o que até o momento não aconteceu em grande escala no Norte Pioneiro) e que não acabem onerando o bolso daquele que já arca com irresponsabilidades dos gestores municipais, estaduais e federais: o cidadão.
E é esperar para ver, mas esperar cobrando, para isto que foi dito agora não se concretize. Que novas taxas não sejam inventadas com a “desculpa” do fim dos lixões e coisas do gênero, e que o meio ambiente possa ser, finalmente, respeitado.